Um movimento de reivindicação formado por mães e pais de alunos da Etec (Escola Técnica Estadual) Getulio Vargas ganhou mais corpo com o aprofundamento de problemas estruturais e educacionais na escola, nos últimos meses.
Preocupados com a possível queda na qualidade da educação dos filhos, decidiram se mobilizar, ir à luta com as próprias mãos e ocupar os espaços possíveis de mudança, além de realizar mutirões para reformas.
Estão agora articulados para eleger o maior número possível de pais comprometidos com a causa na eleição para a APM (Associação de Pais e Mestres) da GV, dia 11 de abril, às 18h.
A APM é uma associação que representa os interesses de professores e de pais de alunos e tem a função de ajudar a gerir a escola.
Na eleição do dia 11, poderão se candidatar (e votar) professores, servidores da escola, alunos maiores de 18 anos, além de pais, para cargos, como diretor executivo e financeiro. Os eleitos tomam posse no dia 1º de julho.
Esse grupo de pais (pre)ocupados começou sua articulação em meados de 2022, com só três mães. Hoje reúne cerca de 500 integrantes, conectados pelo grupo de WhatsApp “Pais engajados da Etec GV”. Uma conta de Instagram também foi colocada no ar, para comunicação pública: @paisetecgv
O lema geral do movimento é “Seremos a transformação que a Etec precisa”.
No último dia 25, esses pais engajados realizaram o primeiro mutirão. Com rolos e pincéis e vassouras próprios, fizeram a limpeza e a pintura de banheiros do pátio e de áreas contíguas. Vêm outras ações afirmativas por aí.
O Centro Paula Souza, que gere todas as 224 Etecs paulistas, reconhece os problemas na estrutura e também a falta de professores, cujo resultado é a falta de aulas.
Por meio de nota, informou que um processo seletivo para a contratação de sete professores deve ser concluído em abril e que oferece atividades remotas aos estudantes, quando ocorre ausência de professor.
Quanto a falhas estruturais, informou estar ciente delas e ter tomado medidas para saná-las, como fiação elétrica exposta e infiltração de água até no interior das salas de aula. Mas reforma no telhado só mesmo após a estação da chuva.
A Etec (Escola Técnica Estadual) Getulio Vargas ganhou a admiração da população do Ipiranga pela qualidade do seu ensino com foco profissionalizante. É difícil entrar ali, tem de passar primeiro por vestibulinho concorrido.
Daí o choque para a comunidade da observação da precarização do ensino ali desenvolvido, bem como de suas instalações. É um patrimônio da região, um orgulho ipiranguista.
Sua história remonta ao ano de 1911, quando foi fundada no bairro do Brás. Foi apenas em 1941, já no Ipiranga, que ganhou o nome Getulio Vargas, para homenagear o então presidente da República, que em São Paulo, entretanto, nunca gozou de boa reputação pela repressão à Revolução Constitucionalista de 1932, conduzida por paulistas contra o primeiro governo varguista, dois anos depois da Revolução de 1930.
Hoje a Etec GV tem 3.300 alunos matriculados, divididos nos turnos da manhã, tarde e noite. Estão distribuídos numa grade ampla de cursos, entre eles, nutrição, mecânica, mecatrônica, administração, edificações, química, eletrônica, na modalidade de cursos técnicos presenciais e semipresenciais, técnicos EAD e ensino médio com ênfase e ensino técnico com habilitação técnica profissional.
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Os problemas estruturais da GV ganharam caráter público com a chuva forte de 7 de fevereiro último, quando as aulas precisaram ser interrompidas por causa de goteiras em sala de aula e alagamentos em áreas internas.
No dia, o grêmio estudantil Atena @gremio_e_atena11 foi à internet e divulgou vídeos do problema, gerando indignação na comunidade ipiranguista.
Bom, gente, vamos torcer (e lutar) agora para que a nossa gevezinha continue formando grandes talentos para o mundo. A gente está acompanhando.
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